Há sempre um poema
a espera de um pulso que o escreva,
de um coração que o sinta,
de um ser que o faça coberto de vida.
Mesmo no vazio há poesia
que é sempre desolação aparente
pois sempre haverá uma história
e um ser humano, vivo em drama.
Menos saudade, menos nostalgia, o que anda olha para frente, e caminha, mesmo que cada passo por vezes doa. Pois cada passo é necessário, importante e completo. Não é a dificuldade que aprisiona, mas o espírito paralisado pelo temor e pelo tempo, que seca o rio dos sonhos, daquilo que é perene na vida. Não é o desafio que move, prefiro o que vem de dentro, prefiro a luta de ursos na caverna, ainda que eu seja uma formiga lutando contra a tempestade. Mas há algo de belo, há um sorriso de menino naquele que, pequeno, ri, meio louco, quando o poderoso raio lambe seus pés.
Eu sou um desses. Eu acho que raios e relâmpagos nos lembram da grandiosidade e da por vezes terrível beleza do mundo. Estar no centro de uma tempestade e encontrar dentro dela o silêncio, e escutar o sibilar da alma, cujo único som vem de uma vibração, que é também uma sensação, é a minha busca.
André C.
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