"O que é essa gota
no vento
que grita ao mar:
sou o mar?"
Mínimo, diante da totalidade. Já não luto contra a existência, não sou mais estóico e sorridente. Eu digo bobagens. Eu erro e me defendo. Tenho dentes e gritos. Tenho sangue e vivo e me corto e corto de volta. Eu fico triste, revoltado e muito puto com injustiças. O mundo parecia tão justo, tão à parte de tudo. Eu acreditava no que dizia o homem de vitrúvio, o idiota proporcionalmente perfeito. Prefiro o corpo nu da Estrela. Tão mais bela. Pinta o desejo, ah, se ela fosse minha! Eu divago, pensando como seria poder parar sem precisar procurar caminho. Pensando como a vida poderia ser agradável em simplicidade. Apenas um desejo fruto da minha "estrangeirice" nesse mundo feito de tempo e pedra.
Blog pessoal de André Camargos, publicitário por profissão e escritor por hobby. Textos diversos como poemas. crônicas, críticas de livros e sugestões de leitura.
Monday, May 29, 2006
Wednesday, May 24, 2006
Noiva da cidade
"Ela sabe muito bem que quando adormece
Está roubando
O sono de outra gente
Ai, quanta maldade a dessa moça
E, que aqui ninguém nos ouça
Ela sabe enfeitiçar"
Está roubando
O sono de outra gente
Ai, quanta maldade a dessa moça
E, que aqui ninguém nos ouça
Ela sabe enfeitiçar"
Saturday, May 06, 2006
Heis a questão.
Weep no More For Treasures You've Been Searching For in Vain,
'cos the Truth Is Gently Falling With the Rain.
Não chore pelos tesouros que você tem buscado em vão,
pois a verdade está gentilmente caindo com a chuva.
As coisas são o que são.
Como lidar com isso?
'cos the Truth Is Gently Falling With the Rain.
Não chore pelos tesouros que você tem buscado em vão,
pois a verdade está gentilmente caindo com a chuva.
As coisas são o que são.
Como lidar com isso?
Dirty Mac
If i ain't dead already, don't know the reason why. Fruto de um raro encontro musical entre John Lennon e Eric Clapton, uma banda que ficou com o nome do título.
Tudo começa num dia azul de sol. Paz aparente. Termina cinza e cansado, aguardando o mergulho numa noite assustadora e fria.
Fiz um jogo de tarô. Minha persona, minha máscara, meu pão, cachaça, o meu social de todo dia, era a Estrela. Olha-se a foto de um lago suiço e vê-se harmonia, equilíbrio e até mesmo alegria. Superfície. Meu valor maior, demonstrar minha capacidade de dirigir minha vida, supervalorização da independência, era o Carro, quem dizia. Tudo para esconder um Diabo imaginário, por fim. Jogo de espelhos.
O casal perfeito seria, hoje, a Sacerdotisa e o Pendurado. Uma moça pudica, papai-mamãe com luz apagada e lençol, com o já conhecido e arquetípico sujeito que não caga nem sai da moita. Se esse fosse o último casal da terra, a humanidade estaria exterminada. Talvez isso nem fosse de todo ruim, pois o mundo estaria por fim livre do tempo.
Eta vida besta! Cansado, num sábado. Preciso me despir de mim, tirar, além da roupa, a pele, a carne, os músculos e os ossos... que sobrem as 21 gramas da alma, se forem realmente alma e não apenas ironia. Parece que a vida é um grande vazio, solitário, entrecortado, vez ou outra, de palavras.
Parafraseando o Manuel Bandeira: estou cansado de lirismo comedido, lirismo funcionário público com livro de ponto e tabela de regra de cossenos. Cansado de lirismo raquítico, sifilítico, que capitula ao que quer que seja pra fora de si mesmo. Vivam os barbarismos universais! Os loucos bem loucos, as fêmeas bem fêmeas.
Ainda preciso saber o que eu quero da vida.
If i ain't dead already, don't know the reason why.
Subscribe to:
Posts (Atom)