Monday, May 29, 2006

Antônio Machado

"O que é essa gota
no vento
que grita ao mar:
sou o mar?"

Mínimo, diante da totalidade. Já não luto contra a existência, não sou mais estóico e sorridente. Eu digo bobagens. Eu erro e me defendo. Tenho dentes e gritos. Tenho sangue e vivo e me corto e corto de volta. Eu fico triste, revoltado e muito puto com injustiças. O mundo parecia tão justo, tão à parte de tudo. Eu acreditava no que dizia o homem de vitrúvio, o idiota proporcionalmente perfeito. Prefiro o corpo nu da Estrela. Tão mais bela. Pinta o desejo, ah, se ela fosse minha! Eu divago, pensando como seria poder parar sem precisar procurar caminho. Pensando como a vida poderia ser agradável em simplicidade. Apenas um desejo fruto da minha "estrangeirice" nesse mundo feito de tempo e pedra.

1 comment:

Anonymous said...

Engraçado...
Passei a minha vida buscando grandes razões. Só aceitava o que fosse aparentemente especial.
Depois de vários caminhos seguidos em busca dessa pseudo grandeza, descobri que o que me faz feliz é o comum, o pequeno e o simples.
Entendi que posso ter uma gota do mar na palma da minha mão, mas jamais poderei abraçar todo o mar. E a partir dessa compreenção parei de lutar contra a minha própria natureza que não é especial, mas é igual a natureza de tantas outras pessoas.
Ao tomar consciência disso não me tornou comum, mas sim rara, hoje sou eu sem condições.

Bjos