Chega um momento
que tenho vontade
de não ter vontade de nada.
Apenas arrancar meu rosto
minha persona rasa
e deixá-lo no palco
ali, largado.
Há cinzas no meu rastro
e as flores se fecham
pois meu céu não é mais
tão azul.
Provavelmente são meus olhos
hoje bem menos verdes
figurados um tanto mais acinzentados.
Quero rasgar algumas páginas,
queimar muitos poemas
e oferecê-los a um mar agitado.
Que as ondas varram
destruindo tudo.
Que depois das ondas
reste apenas o que basta
para recomeçar.
Quero tudo do rascunho.
André C.
2 comments:
quanta raiva..
se acabamos fazendo tudo de novo?
é pra aumentar a certeza?!
*:
ficou lindo, meu bem! (:
eu gosto de raiva, me faz sentir em casa...
Geral, mas sincero.
:*
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