Acordou naquele dia como de costume.
Queria que fosse o último
mas era só o mesmo.
Era o mesmo dia a 20 anos.
Cada possível gota de prazer ou desejo
despidas pelas marteladas da rotina.
A dama louca do relógio
dona do destino
de uma modernidade cega e perdida.
A esperança como luz no fim do túnel,
no fim dos tempos
ou em um eventual acidente natural catastrófico.
Mas então olhou para o céu,
para as nuvens correntes que,
em sua indefinição perene,
se emprestam para a imaginação dos homens.
Lá estavam as vozes das musas,
o torvelinho caótico da criação,
a chance eterna da mudança.
Pois não há nesse universo
nada que perdure.
Nem permanência
que não seja sempre aparente.
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