Enquanto a vida se desdobra
eu vejo a lua nova.
Escurece a noite
e eu fecho a porta.
Do meu canto recluso
olho então para o céu
que todavia ainda não existe.
Olho para o mundo
eu estou em todo ele.
Sem olhar de verdade
vejo um quarto vazio
e meu silêncio dizendo:
ainda é cedo.
Virão outras luas,
outros sentimentos
outros rostos.
Eu serei outro
mas na semente o mesmo
dormirá sonhando.
Noutro dia
eu vejo a lua cheia.
Esclarece a noite
e eu abro a porta.
Olho para cima
e existe céu
céu além dos prédios,
céu além de mim.
Eu não olho para mim
há todo um mundo;
então meu silêncio cessa
e eu grito: - identidade -
essa é a hora.
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