Dizem que, mais importante que a resposta, é a pergunta que fazemos. Pra mim, um dos grandes questionamentos que tive (e ainda tenho) é o motivo da existência da desigualdade e da pobreza e o porquê de tantas diferenças, principalmente econômicas, entre (e dentro de) países do mundo.
Quando fui procurar explicações, o que encontrei foram lugares comuns compilados e misturados com preconceitos, ideologias, religiões etc. Nenhuma delas fez muito sentido para mim, atribuindo essa miséria a causas metafísicas, ou numa visão torta, culpando exclusivamente o próprio indivíduo, ou o fato dele ser de uma ou outra nacionalidade, dentre outras visões.
Então encontrei esse livro para o Kindle na Amazon.Escrito pelos economistas Daron Acemoglu e James Robinson, “Por que nações fracassam” (Why Nations Fail) propõe uma ideia interessante, que é esmiuçada e detalhada ao longo dos capítulos.
O conceito central é que nações prosperam ou fracassam devido à sua capacidade, ou falta dela, de construir instituições que representem diversos setores e interesses da sociedade, garantindo uma dinâmica em que não haja hegemonia de uma única parte sobre todas as demais.
A evolução dos países de sistemas políticos autocráticos para aqueles mais participativos, se dá a partir da luta de setores, a princípio à margem da sociedade, para conseguirem poder e influência de fazer valer sua voz, sua participação.
É um livro muito atual e que explica bem o momento que vivemos. Afinal, hoje, é a existência de instituições independentes, fortalecidas pela nossa história, que desencadeou um processo de combate à corrupção inédito no Brasil.
O mérito desse fortalecimento não é de nenhum governo específico, pelo contrário, já que o Estado, dominado por interesses específicos desde o nosso sempre, é uma força obviamente contrária à essa mudança.
Vemos hoje, nos veículos de comunicação, um governo e, de forma geral, uma classe política e cartéis empresariais que tentam impedir investigações, geralmente por baixo dos panos ou mesmo desqualificar nossa Justiça, acostumados que estão a deter exclusivamente para si mesmos o poder econômico e os frutos da prosperidade.
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