Saturday, October 08, 2005

Eleu Riai

Quando acho que estou olhando para fora, descubro que olho para dentro. Como sempre, Eleu estava parado, observando. Tinha aquele olhar misterioso de quem pára e mira de perfil. Seu rosto, sempre um mistério. Uma imagem que vale por palavras. Eleu tem força, isto é claro. Olho-o, pensando. Wolverine ou Ciclope? O animal que sou é a sombra do sol ao meio-dia. Um dia Dragão, chocando eternamente tesouros. Outro dia Cavalo, poderoso e tranquilo, pronto para ser conduzido pelo cavaleiro. Eu brinco com o dragão e cavalgo o cavalo. Não há mais sinal do homem-outro. Há unidade. Na outra ponta o anti-herói, que é o herói da história, o caminho para a frente. É hora, sempre foi a hora. Eleu sempre esteve ali, me esperando. Era a roupa aguardando seu espírito. Eu que num sonho cometi um crime o cometi por assassinato para que do corpo, como na mitologia babilônica, em que o corpo de Tiamat é matéria do mundo, se fizesse algo novo. Parece ainda faltar algo. Meus ossos ainda não são de metal. Meu ouro ainda é o ouro vulgar. Futuro Xamã ou Alquimista? A fornalha cada vez mais quente prenuncia um futuro que sempre esteve lá. Vida longa, travessia de menino, coração de homem-cavalo-dragão.

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