Não conheço praticamente nenhum crítico que merece o título. Conheço um monte de gente que gosta de um monte de coisas, mas nenhum crítico. Gosto tem a ver com inclinação pessoal. Eu gosto de rock. Crítica tem a ver com avaliação técnica. Odeio música sertaneja, mas tem um ou outro cantor desse tipo de desgraça... ops... desse tipo de """"""música"""""" que, pra minha imensa tristeza, canta tecnicamente bem.
Tive um professor que eu detestava, um sujeito insuportável, chato e metido, mas que deve ter sido o melhor professor da minha época de faculdade, pois era o que mais sabia e o que tinha uma didática matadora.
Tive outro professor, o melhor, que além de saber e conseguir transmitir, era um cara legal. Era realmente um grande cara, como poucos. Lembro dele também.
E teve um monte de professores bem intencionados que eu sequer lembro o nome. Uns legais, outros chatos, mas todos de uma competência "esquecível".
Crítico é o sujeito que avalia as coisas com algum distanciamento. Que consegue suspender seu juízo e colocar olhos mais imparciais. Crítico é o sujeito que ama o amigo, mas nem por isso deixa de ver seus defeitos.
Aliás, tirar os defeitos que uma pessoa tem é tirar parte do que ela tem de humano. A imperfeição faz de nós seres de que se pode ter amor. Tire isso, e fica pouca coisa. Eu ainda vou aprender a amar meus defeitos feito um pai que olha um filho que está aprendendo a andar: ele tropeça e cambaleia, mas é difícil ver algo mais tocante que isso. Difícil ver um potencial de desenvolvimento tão grande quanto esse.
Tudo, no começo, é ilimitado, tende ao infinito.
Paradoxalmente, ai vem a beleza do ideal. Tudo o que pode ser, mesmo que seja no fim bem menos. Mas eu quero me deitar um dia, sábio que aquele é o meu último, e ter meu último suspiro direcionado ao infinito.
Gosto de quem vê um pouco além das coisas, que permite que o mundo tenha algo de fantástico, algo de infinitamente belo.
Gosto das fotos que me fazem perguntar: o que ela está imaginando? Eu olho e vejo uns olhos castanhos, tão jovens, ligeiramente confusos, mas perguntando o que tem para a frente, o que o mundo me reserva. Viajens? Talvez. Poesia. Ah! Se há justiça no mundo, com toda certeza. Que sejam muitas as poesias.
André C.
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