Frases interessantes que já ouvi:
"Eles se escondem atrás da:
Caro leitor, marque com um X a opção correta:
a) Sorriso
b) Nariz
c) Parede
d) Deficiência"
Quantas vezes já tive oportunidade de ouvir tal cretinice? Muitas e muitas. Já fui colocado no balaio de gato em que se joga coisas que não se entende. Já me revoltei, já xinguei, dei respostas atravessadas e já fiquei sem reação. Todas as vezes que respondi, destruindo alguns alvos, me senti bem. Sempre que não respondi, me senti mal. Hoje tanto faz, não quero discutir bobagens com ninguém.
Mas é engraçado quando algumas pessoas que também tem alguma deficiência, acreditam que isso basta para tornar duas pessoas próximas. Não basta. Deficiência não é característica de personalidade. Posso ter ou não alguma coisa em comum com outro cadeirante, bem como com qualquer outra pessoa.
Esse tal ELES que não existe. Essa bobagem fatalista de que deficiência é uma coisa ruim pra gente aprender alguma coisa. Quem repete isso não aprendeu nada. Não tenho inclinação nem vontade para mártir nem exemplo.
Eu sempre fiquei a margem dessas bobagens. Cada um tem uma vida, nasceu com diferentes condições (físicas, financeiras, estéticas, sociais, culturais) mas precisa aprender, no fim, a se virar, com mais ou menos gente ajudando.
Já estive com uma boa cota de mulheres, de todo tipo. Já escrevi poesia, já cai de amor. Já tenho meu punhado de histórias de bêbado. Realizei alguns sonhos. Já fiz tatuagem. Já desconcertei fanáticos religiosos (esse povo que mata Jesus, transformando o cara num retrógrado). Já rejeitei e fui rejeitado. Estudei. Me tornei mais independente financeiramente que a maioria das pessoas que conheço. Já levei amigo (e me levaram) pra zona. Descobri coisas que não sei fazer aos montes. Já fiz coisa que eu achei que não ia aprender. Abandonei um monte de coisas que comecei. Tarot, estudar pra concurso, jogar futebol. Fiz poucos amigos. Mas o que eu fiz são mesmo meus amigos. Li muitos livros. Fui em centro espírita. Namorei a distância. Fiquei na amizade quando não era isso que eu queria. Fiz e faço aula de música. Mudei de aparência uma boa quantidade de vezes. Cabelo, barba, cavanhaque, gordo, magro, estilo hippie, "plínio", bermudas. As melhores experiências da minha vida aconteceram quando eu estava sozinho. Mas acontece de eu gostar de gente e sentir aquela urgência social inevitável ao ser humano.
E milhares de outras coisas. Boas ou não, justas ou injustas. Coisas humanas. Posso ser um idiota ou um grande cara. Posso ser milhões de coisas. Isso varia, e muito.
E eu não entro numa caixa. Por ninguém.
Categorizar gente é coisa de autópsia.
Quem respira, muda.
1 comment:
"E eu não entro numa caixa. Por ninguém.
Categorizar gente é coisa de autópsia.
Quem respira, muda. "
e eu amo você.
bem de longe que eu fico, mas cabe um amor bonito.
(:
p.s.
e coloca gente em caixa quem sobe pelas paredes e não encontra mais a própria alma.
Post a Comment