Eu corto o pulso
pra mostrar maior verdade:
a verdade está no sangue.
Blog pessoal de André Camargos, publicitário por profissão e escritor por hobby. Textos diversos como poemas. crônicas, críticas de livros e sugestões de leitura.
Wednesday, March 29, 2006
Monday, March 27, 2006
A Justiça
Tem certo errado e a espada pra se vingar, depois de decidida.
Decidida, estica a mão e corta, fina e certeira. Mal sai sangue.
É rígida, muito rígida, e meio antiquada.
Já viram as roupas dela?
Alguém, mesmo por acidente, um dia a viu nua?
É muito certo e errado pra uma realidade que, no fim, nome não tem.
A gente é que inventa.
Preto no branco, ai uma vida mais fácil.
Mas o cinza, o cinza, meus irmãos nada tem de mais difícil.
Tem é um quê de diferente.
Amanhã, feliz dia da nossa senhora boa Morte, carta com foice e palavra.
Ela diz que mata, mas mata mesmo é pra renascer.
Me ajoelho para o corte.
Todo cavaleiro que se sagra toma para si uma senhora, à qual presta votos.
Gostinho de volta pra casa.
Eu sou mesmo feliz é com um bocado de caos, naquele olho no olho com o abismo, equilíbrio de fio de navalha.
Cai não cai, bonito feito frevo.
Better live than be happy.
Decidida, estica a mão e corta, fina e certeira. Mal sai sangue.
É rígida, muito rígida, e meio antiquada.
Já viram as roupas dela?
Alguém, mesmo por acidente, um dia a viu nua?
É muito certo e errado pra uma realidade que, no fim, nome não tem.
A gente é que inventa.
Preto no branco, ai uma vida mais fácil.
Mas o cinza, o cinza, meus irmãos nada tem de mais difícil.
Tem é um quê de diferente.
Amanhã, feliz dia da nossa senhora boa Morte, carta com foice e palavra.
Ela diz que mata, mas mata mesmo é pra renascer.
Me ajoelho para o corte.
Todo cavaleiro que se sagra toma para si uma senhora, à qual presta votos.
Gostinho de volta pra casa.
Eu sou mesmo feliz é com um bocado de caos, naquele olho no olho com o abismo, equilíbrio de fio de navalha.
Cai não cai, bonito feito frevo.
Better live than be happy.
Saturday, March 18, 2006
Free-will
Que se traduziu no Brasil no mote de um grande movimento:
“Libertem o Will!!! Libertem o Will!!! Libertem o Will!!!”
Só que ninguém achou o tal do Will.
Provavelmente sumiram com ele no tempo da ditadura, ou ele era desafeto de algum cacique político influente, tipo o Sarney. Ou, na verdade, era um companheiro estadunidense, dos sindicatos, do nosso querido Lula... Falar nisso, onde andará o Juba? Lembram dele? Provavelmente tá passeando com o Will. Se bobear ainda encontramos o Wally nessa jornada.
“Libertem o Will!!! Libertem o Will!!! Libertem o Will!!!”
Só que ninguém achou o tal do Will.
Provavelmente sumiram com ele no tempo da ditadura, ou ele era desafeto de algum cacique político influente, tipo o Sarney. Ou, na verdade, era um companheiro estadunidense, dos sindicatos, do nosso querido Lula... Falar nisso, onde andará o Juba? Lembram dele? Provavelmente tá passeando com o Will. Se bobear ainda encontramos o Wally nessa jornada.
Primeiras Vezes
Desconfie de um homem despido de inocência.
Alguém incapaz de sentir nas coisas
o gosto da primeira vez.
Na amada, a primeira namorada,
com bons olhos de menino.
No sorriso do amigo, aquele tempo passado
quando costumavam jogar futebol de botão.
No irmão, hoje com dezoito, o tempo
em que ele tinha apenas um mês
e abriu os olhos pela primeira vez.
Do avô, hoje aos noventa e cinco,
numa época em que ele lia revistas de faroeste
e cortou vara de marmelo,
pra se brincar de cai n'água.
Do pai, que só uma vez foi visto chorando
e ele era menino de novo, passados tantos anos.
No sorriso do reencontro,
Nas declarações inesperadas,
No choro, bem recebido.
No te amo que você não sabia,
Nas letras e nas poesias,
No silêncio que é presença,
No perfume, que virou ausência,
Na beleza, que é de graça,
Na voz, depois do alô, adocicada.
Na idéia de que, em tudo sendo,
tudo é um devir de ser.
Alguém incapaz de sentir nas coisas
o gosto da primeira vez.
Na amada, a primeira namorada,
com bons olhos de menino.
No sorriso do amigo, aquele tempo passado
quando costumavam jogar futebol de botão.
No irmão, hoje com dezoito, o tempo
em que ele tinha apenas um mês
e abriu os olhos pela primeira vez.
Do avô, hoje aos noventa e cinco,
numa época em que ele lia revistas de faroeste
e cortou vara de marmelo,
pra se brincar de cai n'água.
Do pai, que só uma vez foi visto chorando
e ele era menino de novo, passados tantos anos.
No sorriso do reencontro,
Nas declarações inesperadas,
No choro, bem recebido.
No te amo que você não sabia,
Nas letras e nas poesias,
No silêncio que é presença,
No perfume, que virou ausência,
Na beleza, que é de graça,
Na voz, depois do alô, adocicada.
Na idéia de que, em tudo sendo,
tudo é um devir de ser.
Sunday, March 12, 2006
Brokeback Mountain
É um filme no máximo razoável, por ser um tanto sem enredo e parado. No entanto, guarda uma mensagem bem forte: a gente ama pessoas, não gêneros. Ainda que heterosexuais se apaixonem por pessoas do sexo oposto e os homosexuais pelas de mesmo sexo, o que deve ser visto, por fim, é a partilha de sentimentos que se dá entre pessoas. Uma questão de respeito ao outro.
Triste ver uma história de duas pessoas vivendo vidas inautênticas pelo simples fato de uma sociedade, à época, não estar preparada para enfrentar a realidade, sem moralismos.
Não estamos numa teocracia, nem somos fundamentalistas, ainda que alguns preferissem que vivêssemos suplantados a acovardados por escrituras ditas de outros mundos "superiores".
Democracia, valor tão desrespeitado, palavra tão vilipendiada, pode ser adotada por cada pessoa, quando se entende: existe para cada indivíduo uma verdade. Eu posso não concordar com a verdade do outro. Mas lutarei sempre pelo seguinte direito fundamental: cada um tem o direito de viver como quer ou dá conta, independente do gosto do outro. O espaço do mundo não pertence a ninguém, é de todos, abre oportunidade para a diversidade. Isso quer dizer entender o próprio desejo como manifestação da individualidade e não como manifestação única e absoluta, a ser imposta para todos.
Kierkegaard, primeiro existencialista, dizia que a via da religião era a forma mais correta de se viver. E o que há de existencialista nisso? No fato de que esse sujeito entendia que a religião era o caminho para ele, mas não necessariamente para o outro.
Na minha opinião, não há coisa como natureza humana. Não somos bons ou ruins por definição. Nem há qualquer coisa que defina, a priori, o que é certo, posto como "natural" ou errado, posto como "não-natural". Talvez as coisas fossem mais fáceis se fossem pretas ou brancas. Mas não são, nem vale a pena perder tempo especulando a existência desse mundo que não existe.
Triste ver uma história de duas pessoas vivendo vidas inautênticas pelo simples fato de uma sociedade, à época, não estar preparada para enfrentar a realidade, sem moralismos.
Não estamos numa teocracia, nem somos fundamentalistas, ainda que alguns preferissem que vivêssemos suplantados a acovardados por escrituras ditas de outros mundos "superiores".
Democracia, valor tão desrespeitado, palavra tão vilipendiada, pode ser adotada por cada pessoa, quando se entende: existe para cada indivíduo uma verdade. Eu posso não concordar com a verdade do outro. Mas lutarei sempre pelo seguinte direito fundamental: cada um tem o direito de viver como quer ou dá conta, independente do gosto do outro. O espaço do mundo não pertence a ninguém, é de todos, abre oportunidade para a diversidade. Isso quer dizer entender o próprio desejo como manifestação da individualidade e não como manifestação única e absoluta, a ser imposta para todos.
Kierkegaard, primeiro existencialista, dizia que a via da religião era a forma mais correta de se viver. E o que há de existencialista nisso? No fato de que esse sujeito entendia que a religião era o caminho para ele, mas não necessariamente para o outro.
Na minha opinião, não há coisa como natureza humana. Não somos bons ou ruins por definição. Nem há qualquer coisa que defina, a priori, o que é certo, posto como "natural" ou errado, posto como "não-natural". Talvez as coisas fossem mais fáceis se fossem pretas ou brancas. Mas não são, nem vale a pena perder tempo especulando a existência desse mundo que não existe.
Saturday, March 11, 2006
Vivência
Hoje aprendi mais um pouco sobre a realidade.
Aprendi do jeito que se deve, aliás, do único jeito que é possível: vivendo.
Dizer sempre e nunca renegar as próprias palavras. O que está dito, dito está.
Bonito como a realidade é própria, nunca o que se espera, sempre diferente, sempre vária.
Nem sempre acho o que procuro, mas sempre algo vem em troca.
E o futuro, bem, o futuro é devir, não é do reino do agora. Tudo a seu tempo.
"Viver nem não é muito perigoso?"
Aprendi do jeito que se deve, aliás, do único jeito que é possível: vivendo.
Dizer sempre e nunca renegar as próprias palavras. O que está dito, dito está.
Bonito como a realidade é própria, nunca o que se espera, sempre diferente, sempre vária.
Nem sempre acho o que procuro, mas sempre algo vem em troca.
E o futuro, bem, o futuro é devir, não é do reino do agora. Tudo a seu tempo.
"Viver nem não é muito perigoso?"
Pátria Minha (trecho)
"Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha Brasil, talvez."
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha Brasil, talvez."
Vinícius
"A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não."
Se for pra rezar um dia, vai ser pro meu padrinho.
"Põe um pouco de amor numa cadência
e vai ver que nada no mundo vence
a beleza que o samba tem"
Ando querendo ser um branco bem negro também.
De um dia não ser mais triste não."
Se for pra rezar um dia, vai ser pro meu padrinho.
"Põe um pouco de amor numa cadência
e vai ver que nada no mundo vence
a beleza que o samba tem"
Ando querendo ser um branco bem negro também.
Friday, March 10, 2006
Vivência
Apesar de tudo, estar em paz. É bom conseguir olhar para o futuro - todos eles, na verdade - sem grandes preocupações. Há sempre o depois, inacessível e apenas existente quando materializado em presente. Sim, a nossa vida é o conflito entre desejo e realidade, mas se não tivesse esse conflito, o que restaria?
Suspeito que a verdade está na experiência, apenas, de quem viveu
Suspeito que a verdade está na experiência, apenas, de quem viveu
Arte do encontro
"A vida é arte de encontro, embora aja tanto desencontro pela vida."
Hoje, na rua, encontrei com uma Lua linda, coberta por um véu branco de nuvem, como se fosse uma dançarina árabe. Lembrei da música/poema abaixo, pois a Lua não era somente linda, tinha algo de mágico nela.
"Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher"
Deve haver sempre qualquer coisa que chama ao encantamento e admiração, um tanto daquela sabedoria primordial, de sentimentos, que só a mulher tem. E quando, nessa selva desvairada, você encontra uma destas, não "uma", mas "a" que te lembra da aventura que é a vida, que de alguma forma te desloca da normalidade, ai sim, parece haver verdade nas coisas.
"Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor"
É necessário dizer e, dai pra frente, que se descortine o caminho, como a vida deve ser.
Hoje, na rua, encontrei com uma Lua linda, coberta por um véu branco de nuvem, como se fosse uma dançarina árabe. Lembrei da música/poema abaixo, pois a Lua não era somente linda, tinha algo de mágico nela.
"Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher"
Deve haver sempre qualquer coisa que chama ao encantamento e admiração, um tanto daquela sabedoria primordial, de sentimentos, que só a mulher tem. E quando, nessa selva desvairada, você encontra uma destas, não "uma", mas "a" que te lembra da aventura que é a vida, que de alguma forma te desloca da normalidade, ai sim, parece haver verdade nas coisas.
"Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor"
É necessário dizer e, dai pra frente, que se descortine o caminho, como a vida deve ser.
Wednesday, March 08, 2006
Feitura
O pé cava o caminho
a água faz o leito do rio
só depois virão as estradas,
pavimentadas, e os navios.
a água faz o leito do rio
só depois virão as estradas,
pavimentadas, e os navios.
Tuesday, March 07, 2006
Óbvio, sem máscaras
O óbvio, sem máscaras: há para tudo um fim.
Um fim de aprendixado. E um fim, fim mesmo, tipo ponto final. Pra mim, o agora se partilha, irmamente, entre os dois.
Uma fantasia terminada. Fim sem começo. Sobra o gosto da memória, o vício do "poderia ter sido". Mas não foi. Dai, lamenta-se num dia. No seguinte, logo de manhã, basta abrir os olhos. Quero o novo.
O aprendizado: melhor buscar um sim, encontrando um não, que viver o talvez. O talvez grita pela garganta da ansiedade. Vencê-la; o tal peito de remador, como diz lá o Vinícius.
Sem códigos nem pistas, pois ninguém me lê, eu digo para mim mesmo:
Fim.
Um fim de aprendixado. E um fim, fim mesmo, tipo ponto final. Pra mim, o agora se partilha, irmamente, entre os dois.
Uma fantasia terminada. Fim sem começo. Sobra o gosto da memória, o vício do "poderia ter sido". Mas não foi. Dai, lamenta-se num dia. No seguinte, logo de manhã, basta abrir os olhos. Quero o novo.
O aprendizado: melhor buscar um sim, encontrando um não, que viver o talvez. O talvez grita pela garganta da ansiedade. Vencê-la; o tal peito de remador, como diz lá o Vinícius.
Sem códigos nem pistas, pois ninguém me lê, eu digo para mim mesmo:
Fim.
Saturday, March 04, 2006
Desdobramento
Enquanto a vida se desdobra
eu vejo a lua nova.
Escurece a noite
e eu fecho a porta.
Do meu canto recluso
olho então para o céu.
Olho para o mundo
eu estou em todo ele.
Sem olhar de verdade
vejo um quarto vazio
e meu silêncio dizendo:
ainda é cedo.
Virão outras luas,
outros sentimentos
outros rostos.
Eu serei outro
mas na semente o mesmo
dormirá sonhando.
Noutro dia
eu vejo a lua cheia.
Esclarece a noite
e eu abro a porta.
Olho para cima
não mais olho para mim;
há todo um mundo.
Meu silêncio cessa
e eu grito:
essa é a hora.
eu vejo a lua nova.
Escurece a noite
e eu fecho a porta.
Do meu canto recluso
olho então para o céu.
Olho para o mundo
eu estou em todo ele.
Sem olhar de verdade
vejo um quarto vazio
e meu silêncio dizendo:
ainda é cedo.
Virão outras luas,
outros sentimentos
outros rostos.
Eu serei outro
mas na semente o mesmo
dormirá sonhando.
Noutro dia
eu vejo a lua cheia.
Esclarece a noite
e eu abro a porta.
Olho para cima
não mais olho para mim;
há todo um mundo.
Meu silêncio cessa
e eu grito:
essa é a hora.
Discurso
Quero me livrar desse corpo mudo
repleto de não dizeres.
Abstrair do cotidiano,
a golpes de transcendência,
um naco que seja de ser humano.
repleto de não dizeres.
Abstrair do cotidiano,
a golpes de transcendência,
um naco que seja de ser humano.
Vinte e cinco
Descobri aos 25
que devo morrer aos 40
- e a juventude
já não mais parece
tão eterna assim.
Quando era criança
18 parecia o suficiente
e aos 18
era romântico morrer aos 20.
40, 45 ou 50
sinto que é o bastante.
O tempo sempre parece eterno
mesmo a um segundo de seu fim.
que devo morrer aos 40
- e a juventude
já não mais parece
tão eterna assim.
Quando era criança
18 parecia o suficiente
e aos 18
era romântico morrer aos 20.
40, 45 ou 50
sinto que é o bastante.
O tempo sempre parece eterno
mesmo a um segundo de seu fim.
Friday, March 03, 2006
Palíndromo (1 14 14 1)
Para minha tristeza
ou felicidade
descobri que tudo
dá trabalho.
Eu posso tudo
e não posso nada.
ou felicidade
descobri que tudo
dá trabalho.
Eu posso tudo
e não posso nada.
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