Monday, March 27, 2006

A Justiça

Tem certo errado e a espada pra se vingar, depois de decidida.
Decidida, estica a mão e corta, fina e certeira. Mal sai sangue.
É rígida, muito rígida, e meio antiquada.
Já viram as roupas dela?
Alguém, mesmo por acidente, um dia a viu nua?

É muito certo e errado pra uma realidade que, no fim, nome não tem.
A gente é que inventa.
Preto no branco, ai uma vida mais fácil.
Mas o cinza, o cinza, meus irmãos nada tem de mais difícil.
Tem é um quê de diferente.

Amanhã, feliz dia da nossa senhora boa Morte, carta com foice e palavra.
Ela diz que mata, mas mata mesmo é pra renascer.
Me ajoelho para o corte.
Todo cavaleiro que se sagra toma para si uma senhora, à qual presta votos.

Gostinho de volta pra casa.
Eu sou mesmo feliz é com um bocado de caos, naquele olho no olho com o abismo, equilíbrio de fio de navalha.
Cai não cai, bonito feito frevo.
Better live than be happy.

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