História é algo que sempre me interessou. Gosto bastante de conhecer outros povos e uma forma de fazer isso, além de viajar, é ler romances históricos. A grande sacada desse tipo de livro é apresentar momentos da história sem a aridez dos livros didáticos. Mesmo quando os personagens não são pessoas reais, um bom livro desse gênero será sempre capaz de mostrar um recorte de um momento com fidelidade.
Um dos países que sempre me atraiu é o Japão, devido a sua cultura única. O Bushido, código de honra dos samurais, o zen budismo, que floresceu lá, a busca pela perfeição em tudo que fazem, o senso de coletividade.
Então, quem quiser conhecer um pouco da história do Japão na perspectiva de um nativo, um dos grandes autores nipônicos é Eiji Yoshikawa.
O grande mérito dele é saber mesclar fatos históricos com as lendas que cercam os personagens. Com isso ele consegue mostrar o espírito do Japão, demonstrando os valores desse povo tão diferente, de uma forma mais interessante para o leitor e sem ocidentalizar na análise o país, como faz James Clavell em seu famoso livro, Shogun.
Li três grandes obras dele, que retratam um período marcante e que definiram a forma de ser do Japão a partir do século XII.
A primeira, O Heike, uma releitura de uma obra tradicional japonesa, conta a história da ascensão da classe dos samurais no país do meio para o final do século XII, especialmente a relação de disputa entre os clãs guerreiros dos Taira (Heike) e Minamoto (Genji).
Os Taira estabeleceram o primeiro governo militar do Japão, o que se tornaria recorrente até o século XIX. Após a rápida ascensão e queda desse clã, passaram a ser dominantes os Minamoto na fgura de Yoritomo, que iniciou a era dos Shogunatos, sistema feudal japonês com forte ênfase militar.
O segundo livro, Taiko, conta a história de Toyotomi Hideyoshi, homem de origem simples e que pela astúcia e gênio militar se tornou senhor do país e o unificou no final do século XVI. Só não recebeu o título honorífico de Shogun por não ser de origem samurai.
Hideyoshi se torna um ajudante de Oda Nobunaga, um dos grandes senhores feudais do Japão. Se destacando pela genialidade na capacidade de administração e na guerra, assim como pela lealdade, se torna um dos generais de Oda e depois da morte de seu senhor, o administrador do país.
Ieyasu Tokugawa, que se tornaria shogun após a morte de Hideyoshi, é também um importante personagem da obra.
Ieyasu Tokugawa, que se tornaria shogun após a morte de Hideyoshi, é também um importante personagem da obra.
O último livro, o mais famoso e provavelmente a obra prima de Eiji Yoshikawa é Musashi, a história do maior samurai do Japão e personagem emblemático de mesmo nome.
A história começa nos idos de 1600, imediatamente após a batalha de Sekigahara, da qual saiu vitorioso Ieyasu Tokugawa, primeiro Shogun de uma dinastia que terminou somente em 1868, com a restauração Meiji, que abriu o Japão para o mundo moderno.
O livro mostra a trajetória de Myamoto Musashi, ao longo dos duelos que realizou com os maiores artistas marciais do Japão, sem nunca ser derrotado. Devido à sua superioridade em relação aos adversários, abandonou as katanas para lutar com espadas de treino de madeira.
Seus méritos vão além da espada. Musashi se torna um homem em busca da perfeição e do autoconhecimento. O mais interessante é ver a evolução de Musashi, percebendo que a vitória, derrota e a própria vida são impermanentes. Vemos o caminho de um homem para tornar se
grande, sua busca e dedicação para transcender.
Aliás, o grande tema dessas três grandes obras, talvez o mote da história do Japão feudal dos famosos Samurai e do Zen Budismo, é a impermanência de todas as coisas e as diferentes reações de pessoas à essa profunda verdade: todas as coisas passam.
Aliás, o grande tema dessas três grandes obras, talvez o mote da história do Japão feudal dos famosos Samurai e do Zen Budismo, é a impermanência de todas as coisas e as diferentes reações de pessoas à essa profunda verdade: todas as coisas passam.
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