Friday, April 14, 2006

Mil Peças

Estou me sentindo perdido, completamente. Se alguém me viu por ai, favor informar pois eu não estou encontrando. Qualquer pista serve, mesmo um tanto daquela cinza que sobrou depois do incêndio... estranho, eu não sabia o que andava acontecendo. Agora entendo, como imagem. A impressão é que havia uma cidade com prédios. Agora parece que uma força avassaladora simplesmente varreu o chão.... como uma bomba atômica, mas sem os efeitos colaterais da radioatividade. O chão agora ou é verde, natural e vasto, ou cinza, desértico e com poeira negra. Prefiro o primeiro. Cai do céu, rasgando o véu da fantasia, cansado da irrealidade. Penso no meu caso com as palavras, sempre conflitante. Mas depois de renegá-las, pois as acreditava inúteis, as tomo de volta.

Venho de um processo longo. Parece que análise funciona assim: você pega tudo o que conhece e cutuca, vai cutucando, até tudo ruir, e você vai largando coisas, deixando pra trás, pois você não sabe se aquilo é realmente seu, faz parte de sua identidade... tudo, tudo mesmo, vai caindo e, no fim, começa o silêncio, sem sentido, sem vontade, sem porque aparente.

Estou no silêncio, mas começam a surgir coisas esquecidas, trazidas de volta à baila. Escrever coisas me definia. Viver nos detalhes, buscando loucamente as entrelinhas. Virou um elemento, uma peça que parece caber nesse quebra-cabeças que leva meu nome. Onde andam as outras?

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