Já passou o ceifador. Resta aquela calma de vento combinada com verde, sopro e movimento nas colinas, silêncio todo feito de altitude. A cidade, desolada, é só um poema triste. Não há nada, ainda, mas todos os elementos estão ali, em potencial. Assumo como verdade, por enquanto, o que posso sentir. Há apenas a música sussurando, rodopiando natural; há também o crescimento das sementes, que apontam, antes mesmo de saber, para o céu. Eu sei tanta coisa, sem precisar saber, sentindo apenas o gosto, vendo a cor, sentindo o cheiro... eu sei muita coisa sem entender. Basta a compreensão e mais nada. Sei também que no término de tudo está o sim, pronto para a partida, de malas prontas, feito companheiro de estrada. Gentil e pequeno, mas poderoso, feito o Cristo do Alberto Caeiro, que vive, come e dorme sem dogma nem cruz nem obrigação de se matar. Para o niilismo pseudo-religioso que foge do mundo e tem vergonha da natureza das coisas basta que se mostre a língua.
Parafraseando: o diabo, na rua, no meio do redemunho.
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