Recém saído de um estado de estar de saco cheio de tudo, com o corpo cansado de quem parece ter tomado um porre violento. Somos um amontoado confuso de sentimentos, pensamentos, lembranças, frases, xingamentos, alegrias e tristezas. Tem hora que é difícil entender como a gente acorda, como o sistema consegue dar boot apesar dessa zona toda.
Ontem me imaginei rasgando papéis. Eu era um contrato, assinado por não sei quem. Eu estava me rasgando, em muitas e minúsculas partes, para depois atear fogo loucamente em cada uma delas. Sobravam as cinzas e me pintava a dúvida. O que fazer com elas? Renascer ou soprar pra longe?
Deus, evolução, equilíbrio. Essas palavras queriam dizer alguma coisa pra mim há não muito tempo. Não fiquei amargo, nem sei se fiquei mais real, mas o que posso fazer contra essa simples verdade: palavras que eram gritos de liberdade viraram meros sussuros.
Palavras. Melhores como consequência que como causa. Primeiro sentir, tocar e vivenciar. Quero experiências com menos palavras, com menos pedras no caminho. Tudo guarda em si uma possibilidade mística, como experiência direta (ou quase) com a realidade.
De tudo, ainda resta o mesmo desejo de olhar nos olhos, sempre renovado. Uma experiência vivida a dois, duas individualidades separadas, juntas não por necessidade, juntas não enquanto incompletudes, mas enquanto duas totalidades. Juntas enquanto encontro natural de caminhos, infinito pelo tempo que tiver que durar.
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